Para quem estava acompanhando o Livro ON LINE....
Agora existe um aplicativo da Saraiva Digital que permite que você possa publicar seu livro.
Quem tiver interesse pode acessar o site da Saraiva e adquirir o livro para ler pelo comutador ou Tablets/Ipads.
O link é:
www.livrariasaraiva.com.br/produto/5479150
No mais, ansioso com o lançamento do "Filho Dividido" que deve sair em novembro.
Por ora, trabalhando na capa, contracapa.
Abs!
Um pouco de poesia! Contos, crônicas e livro on line! Reflexões do dia a dia em prosa e verso de um escritor sem nome! Pegue sua taça de vinho! Seu copo de água ou suco integral! Leia e seja lido! Sem pensar, sem restrição, sem prazo! Que aproveitem tanto quanto Eu!
sexta-feira, 4 de outubro de 2013
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
LIVRO ON LINE....
O celular de Joana sem sinal não recebia as seguidas ligações de sua mãe, de João e até de amigas da época da faculdade!
Passou suas mãos pelas costas de Rafael. O arrepio que ele sentiu a fez excitar ainda mais. As unhas roçando, a pele querendo o contato mais íntimo, mais forte, mais passional. O controle era a total ausência deste.
O mundo lá fora literalmente pegando fogo e os
dois naquela pequena casa de pescador, ardendo em brasa.
Rafael se sentou de frente para Joana e
continuou a beijá-la, porém agora não somente a boca, mas a nuca, pescoço.
Nem se percebeu como ou foi alvo de atenção
especial, mas o vestido florido graciosamente caiu ao chão. O corpo de Joana foi observado por Rafael por um segundo, mas pareceu uma eternidade. O rubor e constrangimento que ela sentiu foi intensamente proporcional ao calor e vontade que a consumiu.
Rafael pegou Joana no colo e com suas mãos firmes
subiu as escadas rumo ao mezanino.
Os corpos entrelaçados brincaram de se tocar,
conhecer, explorar e sorrir em êxtase. As bocas trocavam caricias e afeto, em toque, beijos e palavras.
O
ancora do jornal com uma cara constrangida ou efeito de mera cena tão logo o
programa voltou ao ar, disse:
- Por problemas jurídicos que serão revelados
em comunicado, não transmitiremos a reportagem com o tema de conspiração
italiana! Pedimos desculpas a nossos telespectadores.
Roberta que já tinha aprendido a falar um
pouco de português passou mal quando viu a foto 3x4 de Giuseppe na chamada da
reportagem.
Mas também lhe arrepiou a alma a foto de
Joana. Quem atendeu ao telefone de Giuseppe foi uma mulher, seria ela, pensou?
- chi è questa bionda?
Ela
estava deitada como há tempos queria e pretendia estar!
A taça de vinho branco gelado era sorvida com
ausência de pressa e a mordida densa e tenra nos morangos abusivamente
vermelhos deixavam um gosto ainda mais doce na boca!
O beijo que vinha após era intenso, voraz,
apaixonado!
As pernas de Joana entrelaçadas às de Rafael!
As mãos dele passeando sobre as costas dela, tateando, quase sem tocar!
-
Me dá mais um morango! Falou Joana
-
Me dá mais um beijo? Respondeu Rafael.
E a vontade de começar de novo o que ainda não
tinham terminado os dominava!
O
repórter saiu fulo da vida da sala do chefe de jornalismo!
- Que p... foi essa? Eu trabalhei para
caramba! Dei a alma por essa matéria!
A
ligação na sala ora objeto de atenção de todos que pasmos viram o repórter
bater a porta com tanta força que fez literalmente tremer a redação.
- Sim! A exibição da matéria foi cancelada. O
César esta muito bravo.
O restante da conversa não foi nada cordial e
o chefe de jornalismo da poderosa emissora fez perceber a quem o olhava de
longe todo seu desapontamento.
- Eu sei que a emissora não é minha e que
precisa do governo! Mas não posso perder a confiança de meus pares! Se quiser a
fita destruída que faça isso.
A
mãe de Joana ficou um tanto quanto menos nervosa quando o Jornal voltou e nada
mais foi dito sobre a tal reportagem! Quem sabe tinha sido um truque da sua
cabeça e não foi a imagem da filha que tinha visto.
- Aonde quer que sua mente esteja ainda bem
que nada viu meu querido! Disse beijando a testa do marido que dormia placidamente.
- Meu Deus!!! Falou Joana pulando da
cama e derramando o vinho em seu corpo nu.
-
O que foi? O que aconteceu?
Falou Rafael assustado, sem deixar de reparar
no que seus olhos observavam.
-
A reportagem! A reportagem! Liga a televisão! Disse uma aflita Joana.
-
Joana, olhe a hora! São 23h! Já passou! Amanhã a gente baixa pela internet! Vem
cá! Carinhosamente sussurrou Rafael.
Joana relutou por um segundo! Estava ansiosa!
Mas ao sentir o calor de Rafael! Ter a sua boca beijada e o vinho em seu corpo
tomado como se estivesse no cristal mais valioso, esqueceu não só da
reportagem, mas como também de muito mais! Falou palavras desconexas e fincou a
unha nas costas de Rafael!
Divagação pura...
Hoje vou contar uma história...
Ela não tem pé e nem cabeça...
Tem alma, sentimento e vida...
Respira e transborda em si...
O doce adocicado do vinho....
Gosto forte intenso de sangue
Cheiro de pele vento que voa...
Tempo que para e foge de mim...
Engraçado parece ontem o hoje...
Amanhã será verso e lembrança...
Sorriso escrito na areia é assim...
A onda vem e leva sem pena e dó...
No arco íris do final do caminho....
Que um dia chegará cedo ou tarde...
O mar irá desenhar na areia...
Sangue, Doce, Vinho, Sorriso....
quinta-feira, 22 de agosto de 2013
LIVRO ON LINE....
Roberta
sabia que não podia colocar sua família em risco, tinha certeza que o
Comendador enviaria alguém!
O
sol ainda estava presente e firme no céu azul muito embora já fosse o começo da
noite.
No
Hospital João acompanhou Sophia sem descanso e não largou da mão dela até ter
certeza de que ela estava bem e estável mesmo que estivesse na UTI. (vantagem de ser médico).
Joana saiu revigorada do banho e em razão do
calor pôs um vestido florido bem leve. Enquanto esperava Rafael deitou na rede
não sem antes ligar o ventilador de teto! Ficou a olhar o por do sol mais lindo
que sua imaginação poderia criar. A sua mente, entretanto, sem permissão consciente dele próprio, imaginou o corpo de Joana sobre a água do chuveiro, cada gota percorrendo sua pele, curvas e reentrâncias, visualizou o corpo nu de Joana. A queda da rede foi consequência natural. O tombo despertou-o para a realidade. Aquela mulher exalava o perfume do outro cômodo. O que iria fazer?
Em Roma em razão do fuso horário a noite já
estava mais adiantada. Giuseppe estava enterrado e o primeiro ministro e o
Comendatore sabiam que Paolo estava morto, mas estavam ligados à televisão
aguardando a reportagem que sabiam seria veiculada pela imprensa brasileira.
-
Que boa noticia João! Assim que ela acordar mande um beijo enorme para ela!
Disse Joana.
João perguntou o que estava acontecendo e Joana não
escondeu o nervosismo.
- Não sei meu amigo, não sei! Estou em um
lugar seguro hoje e amanhã vou ver o que irei fazer! Respondeu Joana.
Rafael desceu a escada que ligava o mezanino
ao andar de baixo! Estava de sandálias, shorts, sem camisa, cabelo molhado.
- Tudo bem com sua amiga? Perguntou! Com a
resposta afirmativa de Joana, completou:
- Graças a Deus!
Joana preferiu ficar refestelada na rede que antes foi espaço reservado para deleite do corpo que agora em físico era acariciado pelo pano, e
Rafael foi comprar água, refrigerante, sorvete e comida.
Da sacada de sua casa Roberta olhava a noite
absolutamente linda.
A alegria que estava sentindo e a
responsabilidade em gerar a vida que estava em seu ventre superava todos os
problemas e a angustia que viveu nos últimos meses.
Quando
Rafael voltou do mercado e do restaurante, entrou na casa viu a mesa ao lado da
rede, pronta.
- Me desculpe a intromissão! Mas procurei os
pratos, talheres e copos, lavei e pus a mesa.
-
Ótimo! Eu trouxe alface e tomate para uma salada e para comermos, camarão!
Espero que goste! Disse Rafael.
- Adoro! Ótima pedida! Respondeu Joana.
A salada ficou bonita, colorida, com tomate e
cenoura! O azeite de oliva gentilmente derramado sobre as folhas!
O camarão pistola frito na hora preencheu o
prato com sua cor dourada.
- Saúde! Brindou Rafael que preferiu coca cola
com gelo e limão.
- Para nós e todos que queremos bem! Concordou
Joana, brindando com uma limonada suíça também feita na hora.
-
Não fale! Você foi operada e esta bem! Deu muita sorte, apesar de tudo. Fica
boa logo, tá bom amor! Logo mais sua família virá te ver no horário de visita. Falou João
para Sophia segurando a sua mão com ternura.
Uma lagrima escorreu pela face de Sophia, mas
não de tristeza e sim de alivio e agradecimento.
Se pudesse falar estaria dizendo Obrigada!
João também ficou emocionado e tentou disfarçar falando uma bobagem qualquer.
Roberta comeu uma comida leve, não queria
enjoar. Um peixe grelhado com legumes e uma salada de frutas de sobremesa!
Deitou em sua cama e ligou a televisão.
- Não acredito! Jura? Falou Rafael para Joana.
-
Sim, é verdade Rafael! Mas mudando de assunto, que delicia esse camarão! Ficou
bom o molho rose que fiz? Perguntou Joana.
- Esta uma delicia! Eu entendo se não quiser
falar sobre o assunto. Falou Rafael.
- Não, tudo bem! Afinal eu que trouxe! Sabe,
as vezes me acham um pouco estranha! Acredito que até você tenha tido essa
impressão, não?
- Estranha não! Mas parece um pouco
desconectada da realidade! Parece pouco atingida com tudo que te aconteceu.
- Entendo! Mas como te falei passei por um
câncer. Fiz quimioterapia! Fiquei careca e achei que fosse morrer. Quando
finalmente consegui superar a doença, o Alzheimer pegou meu pai. Isso me mudou,
transformou e talvez tenha me deixado um pouco menos suscetível as emoções
comuns, ordinárias.
Rafael
olhou para Joana e não se conteve em dizer:
- Você esta linda neste vestido! A luz da vela
de citronela iluminando teu rosto... lindo demais.
- Obrigada! Respondeu Joana, olhando para o chão evitando fitar e ser fitada por Rafael.
Rafael tirou os pratos e com um sinal fez
Joana entender que nem precisaria se mexer! Colocou o bolo de chocolate no
micro e o sorvete de creme na bancada para derreter um pouco.
- Hummmm! Que delicia! Falou Joana comendo e
adorando o contraste do bolo quente com o gelado do sorvete.
Rafael ao se levantar para pegar mais coca
cola surpreendeu Joana ao ainda de pé e com ela sentada dar lhe um beijo. Parece que
toda a tensão dos últimos dias e a latente atração entre eles finalmente se
converteu em energia. As bocas se divertiam loucamente, os lábios eram
reciprocamente mordidos. As mãos dele invadindo os cabelos dela. A pele ouriçada, os bicos dos seios a revelar através do fino pano, a excitação.
-
Exclusivo! Nossa reportagem sobre uma conspiração à italiana. Qual a relação da
morte de dois italianos no Brasil e a suposta corrupção no governo italiano.
Quem é a médica brasileira que estava presente nas duas mortes! Em um minuto.
A mãe de Joana quase enfartou quando viu a
imagem da filha no programa dominical.
O telefone do embaixador italiano tocou e o
primeiro ministro em pessoa ordenou que a reportagem não fosse ao ar.
Questionou ainda como deixaram chegar tão longe.
No Hospital a noticia espalhou rápido e logo
todos falavam sobre a Dra. Joana....
Passado, Presente e Futuro.... (gosto desta poesia, acho que vou colocar na primeira página do Filho Dividido que será publicado agora em Novembro).
Meu rosto contrai em graça e forma...
O que eu não vejo pouco importa...
A imagem no espelho e olhos alheios..
Meu coração bate como sempre o fez...
Sorriso de alegria me invade sem pedir...
Se um dia errei tantos outros acertei...
Céu nublado que se transforma em luz..
Escuto em silêncio o que tenho a dizer...
Conto tudo para o garoto que um dia fui...
Ele ri, desdenha, me leva para o ontem...
A vida minha e dele se unem e mim....
E juntos lemos o livro inacabado que sou...
Partilhamos o mesmo espaço e forma...
A batida do coração encontra seu ritmo...
Os passos acompanham em compasso...
O garoto me diz, vai, escreve o próximo....
Meu rosto contrai em graça e forma...
O que eu não vejo pouco importa...
A imagem no espelho e olhos alheios..
Meu coração bate como sempre o fez...
Sorriso de alegria me invade sem pedir...
Se um dia errei tantos outros acertei...
Céu nublado que se transforma em luz..
Escuto em silêncio o que tenho a dizer...
Conto tudo para o garoto que um dia fui...
Ele ri, desdenha, me leva para o ontem...
A vida minha e dele se unem e mim....
E juntos lemos o livro inacabado que sou...
Partilhamos o mesmo espaço e forma...
A batida do coração encontra seu ritmo...
Os passos acompanham em compasso...
O garoto me diz, vai, escreve o próximo....
quarta-feira, 21 de agosto de 2013
LIVRO ON LINE....
......
......
-
Sophia baleada! Meu Deus. Reportagem. Olhos azuis. Meu porteiro. O que diabos
esta acontecendo? Disse em um misto de nervosismo e braveza!
Não se conteve e ligou para Rafael, caixa
postal.
- Alo Joana? Sou eu Rafael!
-
Estava tentando te ligar e só dava caixa! Disse uma chorosa Joana!
- O que aconteceu? Estava ligando para você
também, por isso deu caixa postal!
Depois
de um dizer ao outro o que tinha para ser dito! Sim, as vezes a redundância é
necessária para total compreensão, Rafael disse para Joana:
- Meus pais tem uma pequena casinha de praia
no litoral norte! Compraram de um pescador e reformaram! Ninguém a conhece e
não consta da declaração do Imposto de Renda!
- Esta sugerindo que a gente vá para lá? Não
estaríamos fugindo? Perguntou Joana!
- Fugindo? Talvez! Seu porteiro foi morto! Sua
amiga médica foi baleada! Seu Apartamento invadido e não sei o que sairá nesta
reportagem hoje! Acho que é uma questão de segurança! Respondeu Rafael.
- Ok, você tem razão, pode ser uma boa ideia! Amedrontada e sem saber o que fazer, Joana concordou.
Quarenta minutos depois Rafael estava passando
na casa dos pais de Joana e foram rumo ao litoral norte.
A
estrada estava tranquila e o sol a pino! Joana tentava repetidamente contato
com João sem sucesso!
- Vou ligar para o Hospital!
- Ok, mas em hipótese alguma diga para aonde esta
indo. Alertou Rafael!
- Ah, claro! Vou dizer que estou indo para uma
casinha de pescador com um homem que mal conheço. Falou Joana, ainda
conseguindo extrair um pouco de bom humor!
No quarto do hotel aonde Paolo tinha estado, a
gerência após a saída da equipe de reportagem constatou que o quarto estava
totalmente vazio, além do que o hospede não voltaria:
- Ele parecia tão calmo! O repórter disse que
ele estava preso e se matou na cela! Falou o gerente para seu supervisor.
A camareira estava limpando o quarto e o
aspirador fez um barulho estranho. Ela se ajoelhou e viu uma coisa pequena e reluzente a
qual não tinha ideia do que se tratava.
Olhou para os lados e colocou aquele pequeno
objeto no bolso! O Pen Drive com todas as anotações de Paolo e do computador de
Joana agora estava em mãos incautas.
-
Que graça! Falou Joana para Rafael.
Realmente a casa era pequena mas extremamente
aconchegante. Um jardim com uma mesa e cadeiras de madeira, ventilador de teto
e uma rede.
No
interior o mesmo cenário. Pouco espaço mas muito bem aproveitado. Uma sala com
sofá e TV, cozinha americana completa, banheiro com chuveiro e quarto com ar
condicionado.
- Você dorme aqui! Disse Rafael.
- E você? Perguntou Joana por impulso.
- Ali em cima! Indicou Rafael para a escada
que dava acesso ao Mezanino.
No Hospital, Sophia estava vencendo a batalha.
A cirurgia a que foi submetida durou quatro horas e ainda que estivesse sedada
e respirando por aparelhos, seu quadro estava estável.
Em Roma a mãe de Giuseppe, "olhos
azuis" finalmente enterrava o filho, após o corpo ser liberado pelas
autoridades brasileiras.
- Mio figlio è morto! Mio figlio è morto!
Repetia, abraçada ao caixão.
O
sol escaldante! Apenas familiares, alguns amigos e poucos curiosos,
acompanhavam o caixão de Giuseppe descer para sua ultima morada.
A mãe de Giuseppe estava com seu filho caçula
no colo! A tristeza e monotonia foram quebradas pelo carro luxuoso que parou
próximo.
O homem desceu com uma rosa vermelha e a
passos lentos porém firmes e altivos se dirigiu até o caixão! Jogou a rosa em
cima do caixão e se ajoelhou e beijou a mão da mãe, dizendo:
- Il comandante invia le sue condoglianze!
Quase no fim do ato funéreo uma senhora, toda
de preto, chegou para prestar seus sentimentos.
A mãe de Giuseppe a abraçou e fez um sinal
negativo meneando a cabeça.
A outra senhora chorou não só a morte do genro
como a falta da filha! Mal elas sabiam que estavam a poucos meses de se
tornarem avós.
......
segunda-feira, 19 de agosto de 2013
LIVRO ON LINE.....
Rafael
se sentiu bem em mandar a mensagem para Joana! Não podia morrer em vida! E
Joana era uma mulher bonita, atraente, independente e que tinha conseguido
mesmo que em momentos esparsos tirar Aline de sua cabeça!
Rafael se preparava para ir na padaria tomar café e
ler seu jornal quando o telefone tocou!
- Joana, bom dia! Disse sem titubear antes
mesmo do alô!
- É Antonio Carlos quem fala! Fiquei com seu
celular ontem por engano! Preciso devolver! Me encontra na Pracinha!
Rafael ouviu o Juiz, seu amigo, falar, e vendo
seu celular na estante! Percebeu a mensagem codificada!
- Ok! Obrigado! Quando?
- Em 15 minutos! Respondeu o Dr. Antonio
Carlos!
Pracinha, para quem não sabe, era a mesma
padaria a qual Rafael estava indo e que era ponto de encontro da turma da
Faculdade nos tempos do curso de Direito!
-
Então esse é o cara? Como o pegaram? Perguntou o delegado da Seccional de
Pinheiros!
- Pura sorte Doutor! Pura sorte! Ele bateu na
traseira de um carro! E para azar dele a mulher era professora de italiano!
Falou o investigador.
- Não entendi! E que tem ela falar em italiano
com isso ?
- A batida foi leve doutor! Ela ia embora! Mas
ele ficou nervoso e antes de ir a xingou e disse que a vontade era dar um tiro
no meio da testa dela com a arma dele!
Como ela entende italiano, ficou quieta,
anotou a placa e passou para a viatura! Concluiu o investigador!
Naquele momento o intérprete saiu da sala e
falou para o delegado:
- Ele falou que é funcionário de Governo e
pediu a presença do Cônsul da Itália!
- Vamos chamar! Quero ver se é verdade! E se
for como vão explicar as armas que encontramos com esse tal de Paolo!
Incisivamente comentou o Delegado.
Joana
desceu para a sala e viu seu pai e sua mãe sentados à mesa a esperando pelo
café. O pai a olhou com ternura e disse:
- Bom dia Filha! Hoje vamos para a praia? Veja
que sol!
Joana e a mãe esqueceram por um segundo a
doença do pai e marido e sorriram, seja pelo dia de sol, seja por ele estar se
lembrando da filha e o mais importante: por estarem todos juntos!
Rafael
pôs seus óculos escuros e olhou para o céu escancaradamente azul! O dia estava
magnifico! A Pracinha, a padaria em que tomava seu café e iria encontrar o Dr.
Antonio Carlos não era longe! Resolveu ir a pé, sem pressa, porém, sem razão
aparente, estava extremamente feliz!
O
Delegado mal acreditou quando o investigador avisou que o Cônsul em pessoa
estava ali!
- Mas como? Já? Em pleno domingo? Esse cara
deve ser importante!
O
delegado recebeu o Cônsul em sua sala e perguntou logo de cara:
- Quem é ele? Qual o interesse do Consulado?
- Doutor... Franco! Disse o Cônsul, vendo o
nome na placa da mesa! E continuando:
- Ele nos interessa tanto quanto qualquer
outro cidadão italiano e foram vocês, a policia, que nos chamaram!
A conversa entre Paolo e o Cônsul foi
estranhamente rápida e em pouco o Cônsul estava indo embora!
- Obrigado, Doutor Franco.
Rafael
nem mal sentou e atendente já trouxe sua média e pão com manteiga frio! O bom
de tomar café no mesmo lugar quase todos os dias é que nem é preciso pedir o
ruim é que se estiver esperando alguém ou pretender tomar um suco de laranja
precisa pedir para trocar e dai no dia seguinte não vão servir tão logo sente
na mesa!
Logo, que assim fosse.
Antonio Carlos, seu amigo, agora Juiz Federal
chegou pouco depois.
-
Excelência! Que prazer! O que aconteceu com meu celular? Falou Rafael com o
próprio (celular) na mão!
- Deixa de gozação, Rafa! Estou preocupado,
como te disse quando nos encontramos na pelada (jogo de futebol).
Rafael olhou para o Juiz com a boca cheia de
uma mordida suculenta no pão com manteiga e disse, mesmo sem ser educado:
- O que?
Roberta
acordou enjoada e passou mal, não adiantaria reclamar novamente com a
cozinheira! Criou coragem e ligou para a farmácia e entre varias coisas pediu
um teste de gravidez, torcendo para que o dicionário e seu português
macarrônico tenham sido compreendidos.
Paolo, sozinho na cela, abriu sua carteira,
olhou a foto da mulher e dos filhos, deu um beijo e falou algumas palavras em
italiano! Durão, os olhos vermelhos mas não deixou cair uma lagrima sequer.
Na padaria, Rafael, quase engasgou:
- Operação Coliseu? Mandados de prisão?
- Fale baixo! estou aqui apenas porque sou seu
amigo! Disse o Juiz.
- Rápido! Rápido! Abre a cela! Ele se
enforcou! Gritava o investigador!
Quando
a abriram Paolo já não mais respirava! O cinto foi usado para enforcamento.
Em seu banheiro de mármore, Roberta chorava
lentamente, o teste de gravidez, positivo! Passava a mão na barriga e repetia:
- Giuseppe, nostro figlio!!!
O
Cônsul chegou à embaixada se fechou em sua sala, pegou o telefone e da linha
restrita ligou diretamente para o gabinete do primeiro ministro:
- Questo Fatto (está feito)! Disse desligando
em seguida!
Horas atrás quando estava na delegacia com
Paolo poucas palavras em Italiano selaram o futuro e o destino de Paolo e de
sua família:
- Paolo, vejo que esta com a foto de sua
família nas mãos! Disse o Cônsul.
- Eles estão bem? Perguntou Paolo!
- Vão ficar! Você sabe o que tem que fazer,
não?
Paolo ficou calado! O Cônsul então ao sair lhe
deu dois beijos no rosto e Paolo teve a certeza de que se fizesse o que
esperavam dele, sua família seria cuidada.
Quando recebeu o beijo do Cônsul Paolo
sussurrou em seu ouvido: Hotel Intercontinental.
Rafael
não tinha ideia do que estava prestes para acontecer, mas sabia que era algo de
proporções acima do ordinário!
Até o Juiz, seu amigo, não sabia exatamente os
detalhes! Mas basicamente era uma investigação de sonegação fiscal, lavagem de
dinheiro, e que poderia gerar uma crise internacional.
Rafael resolveu ir almoçar com seus pais que
moravam em Campinas! Quando estava na estrada recebeu uma mensagem no celular:
- Rafael! Adorei sua mensagem! Estou nos meus
pais! Assim que der, te ligo! Beijos Joana!
Longe dali nos estúdios de uma grande emissora
de televisão, o editor e o repórter terminavam a reportagem que iria ao ar de
noite, quando o celular do repórter tocou:
- Ele resolveu falar! Disse que não vai
mostrar o rosto e quer 50 mil reais!
O
celular do repórter tocou simultaneamente com duas informações e a equipe se
dividiu, uma parte foi para a delegacia e outra para um galpão abandonado em
algum ponto da cidade de São Paulo.
O celular de Joana tocou e ela atendeu
rapidamente imaginando que fosse Rafael! Não era!
- Sim! Exatamente o que a senhora ouviu! Da
emissora de televisão!
-
Mas, e o que tenho com isso? Sou apenas uma médica.
Joana desligou e imaginou que só podia ser
alguma brincadeira! O que ela poderia ter haver com uma investigação da Policia
Federal?
- Agora sim! Estamos com tudo! Disse o
repórter depois de sair do galpão! Agora segue rápido para o Hotel
Intercontinental!
No
Hotel Intercontinental dois homens subiram direto pelos elevadores! Entraram no
quarto que Paolo tinha informado e portando luvas e um saco plástico foram
colocando tudo que encontraram! Caderno com anotações, dois celulares pós
pagos, jornais com a foto de Joana marcada com tinta vermelha, comida, tudo,
enfim.
Fizeram um pente fino e se deram por
satisfeitos.
Enquanto desciam por um elevador o repórter e
a equipe subiam por outro.
- Nada! Como é possível? Estão gravando na
delegacia? Falou o repórter para seu assistente!
Sophia
estava saindo do hospital e iria para casa! Estava feliz, sempre imaginou que
João só tinha olhos para Joana, o que não era inverdade, porém, acabaram por
necessidade e dos acontecimentos se aproximando a ponto de João a convidar para
jantar.
Dois homens com um jornal na mão olhavam a
foto de Joana em um jornal e tinham uma ordem: achar, eliminar e pegar o
celular de Giuseppe.
Naquela tarde por comodidade Sophia tinha
parado o carro na vaga de Joana! Os homens à espreita e de tocaia falaram
quando ela chegou:
-
Dra. Joana! Sophia por reflexo, se virou e olhou! Bastou para os homens
dispararem por quatro vezes! Sophia caiu em sangue! Eles a revistaram
rapidamente, levaram um celular do jaleco e a bolsa! O homem mais próximo a ela
ia dar o tiro de misericórdia, quando viu alguém gritando em sua direção ao
longe.
-
Calma João! Calma! Não estou entendendo nada! Disse Joana ao receber a ligação
de um angustiado João.
- Joana! Balearam a Sophia! Balearam a Sophia!
Ela esta sangrando muito! Vai entrar em cirurgia! Me disse quando cheguei perto
dela o seu nome e ficou repetindo o seu nome! O que esta acontecendo?
-
João? João ? Repetia Joana para uma ligação já sem resposta!
Ela
não sabia mais o que fazer!
......
segunda-feira, 12 de agosto de 2013
Improviso
O que vou escrever agora será digitado em sequencia, sem pensar, ou elaborar, que seja digno de uma, ao menos, rápido leitura.
A pele macia gostou do carinho recebido pela massagem da mão, misturado à agua e sabão (daqueles bem enjoados).
Para o deleite de quem pudesse estar observando aquela cena, no caso eu (mero narrador), a moça era ciente de sua exuberância. As pernas torneadas, as coxas firmes, a barriga ainda que não definida, absolutamente em forma. Os seios, bem que poderia descreve-los, mas vou guardar esse detalhe para mim somente.
Por pura desfaçatez ou para me causar agonia ao digitar as palavras, a danada, desligou a água quente e deixou aquela água gelada a invadir por completo, o arrepio sentido por todos os poros, a curvatura das costas como querendo escapar da punição que ela mesmo procurou, era deliciosamente contraditória.
Do outro lado da cidade, a calça jeans, suja do sorvete da noite anterior foi colocada rispidamente sobre a pele, a camisa branca compôs o visual desleixado que a barba por fazer confirmava.
A moça colocou a sandália nos pés desnudos, a calcinha de algodão combinava perfeitamente com o vestido florido.
O calor na cidade era infernal, o homem reclamava do trânsito e o suor caia por seu rosto já em exagero suado. Aquelas três pessoas uma em cada ponto da cidade teriam seus destinos cruzados em pouco tempo e o que se abaterá sobre elas, este narrador ainda não decidiu. Se a tragédia, compaixão, paixão ou desamor.
A paciência e alegria da moça ainda que estivesse com o astral nas estrelas começou a desmoronar. O elevador sem razão aparente simplesmente se recusava a chegar.
Depois de 15 minutos esperando, resolveu tomar uma atitude e descer as escadas, desceu um dois, três andares....
O rapaz da calça suja mal acreditou quando deu a partida e seu velho carro funcionou de primeira. Hoje é meu dia de sorte, vociferou em alegria, por tão pouco.
A cada 50 metros o homem olhava para o banco de trás e via que a maleta ainda estava lá. O suor mais do que obra do calor era obra do conteúdo daquela mala, milhares de reais desviados, surrupiados, e que garantiriam seu futuro.
E como na música do Chico Buarque todos estavam ali fazendo parte daquele cenário, esperando a banda passar. Até a moça feia, imaginou que o rapaz no carro velho para ela poderia ter interesse.
A moça antes tão alegre a faceira, estava já emburrada e desanimada. No andar abaixo, o elevador estava descaradamente preso, por um vizinho folgado, que ainda foi grosso com ela.
Os desejos e planos que ela tinha para o dia estavam indo literalmente por água abaixo, soube disso quando seu pé sentiu a água tocar seus dedos na sandália desprotegida.
A chuva caia torrencial.
O rapaz passava a mão fortemente no vidro com um papel qualquer tentando desembaçar, janela fechada, sem ar condicionado e para brisa sem funcionar.
O ônibus veio pela avenida no recém corredor criado para ele, e o motorista sequer percebeu o carro que passava pelo cruzamento, o impacto foi tão violento que o corpo foi jogado pela janela sendo arremessado longe.
O grito da jovem foi ouvido. O sangue respirava pela água, pelo cimento e se imiscuía por entre seus dedos. A expressão do homem a seus pés a fez ajoelhar.
A mão trêmula segurou a vida que se perdia ao ver de seus olhos. O homem a puxou com toda força, sua ultima, e no seu ouvido, a palavra úmida, foi dita:
- A Maleta, pegue a maleta. Disse apontando para seu carro ao longe.
O rapaz diminuiu a velocidade ao por entre a fresta que seu vidro lhe permitia enxergar, ver o ônibus parado e um carro batido virado no sentido contrário.
A moça quase em choque, foi até o carro do homem, e esgueirando o corpo, puxou a maleta do banco de trás.
Na chuva, sem testemunhas, um homem acabou por tirar a vida já quase perdida. O tiro certeiro na testa.
A moça ignorante ao fato, iria voltar até lá, o rapaz, gritou surdamente de seu carro.
- Não!
Acelerou e cruzando a frente da moça, abriu a porta e disse:
- Entra.
De noite a noticia da morte do homem que houvera desviado dinheiro de uma organização e de uma moça misteriosa segundo relatos do motorista do ônibus eram destaque.
Um casal recém formado, do qual somente uma calça suja de sorvete e um vestido sujo de sangue sabiam da existência, de mãos dadas, trocava olhares apaixonados.
A maleta ainda fechada repousava quieta e provocadora.
O que vou escrever agora será digitado em sequencia, sem pensar, ou elaborar, que seja digno de uma, ao menos, rápido leitura.
A pele macia gostou do carinho recebido pela massagem da mão, misturado à agua e sabão (daqueles bem enjoados).
Para o deleite de quem pudesse estar observando aquela cena, no caso eu (mero narrador), a moça era ciente de sua exuberância. As pernas torneadas, as coxas firmes, a barriga ainda que não definida, absolutamente em forma. Os seios, bem que poderia descreve-los, mas vou guardar esse detalhe para mim somente.
Por pura desfaçatez ou para me causar agonia ao digitar as palavras, a danada, desligou a água quente e deixou aquela água gelada a invadir por completo, o arrepio sentido por todos os poros, a curvatura das costas como querendo escapar da punição que ela mesmo procurou, era deliciosamente contraditória.
Do outro lado da cidade, a calça jeans, suja do sorvete da noite anterior foi colocada rispidamente sobre a pele, a camisa branca compôs o visual desleixado que a barba por fazer confirmava.
A moça colocou a sandália nos pés desnudos, a calcinha de algodão combinava perfeitamente com o vestido florido.
O calor na cidade era infernal, o homem reclamava do trânsito e o suor caia por seu rosto já em exagero suado. Aquelas três pessoas uma em cada ponto da cidade teriam seus destinos cruzados em pouco tempo e o que se abaterá sobre elas, este narrador ainda não decidiu. Se a tragédia, compaixão, paixão ou desamor.
A paciência e alegria da moça ainda que estivesse com o astral nas estrelas começou a desmoronar. O elevador sem razão aparente simplesmente se recusava a chegar.
Depois de 15 minutos esperando, resolveu tomar uma atitude e descer as escadas, desceu um dois, três andares....
O rapaz da calça suja mal acreditou quando deu a partida e seu velho carro funcionou de primeira. Hoje é meu dia de sorte, vociferou em alegria, por tão pouco.
A cada 50 metros o homem olhava para o banco de trás e via que a maleta ainda estava lá. O suor mais do que obra do calor era obra do conteúdo daquela mala, milhares de reais desviados, surrupiados, e que garantiriam seu futuro.
E como na música do Chico Buarque todos estavam ali fazendo parte daquele cenário, esperando a banda passar. Até a moça feia, imaginou que o rapaz no carro velho para ela poderia ter interesse.
A moça antes tão alegre a faceira, estava já emburrada e desanimada. No andar abaixo, o elevador estava descaradamente preso, por um vizinho folgado, que ainda foi grosso com ela.
Os desejos e planos que ela tinha para o dia estavam indo literalmente por água abaixo, soube disso quando seu pé sentiu a água tocar seus dedos na sandália desprotegida.
A chuva caia torrencial.
O rapaz passava a mão fortemente no vidro com um papel qualquer tentando desembaçar, janela fechada, sem ar condicionado e para brisa sem funcionar.
O ônibus veio pela avenida no recém corredor criado para ele, e o motorista sequer percebeu o carro que passava pelo cruzamento, o impacto foi tão violento que o corpo foi jogado pela janela sendo arremessado longe.
O grito da jovem foi ouvido. O sangue respirava pela água, pelo cimento e se imiscuía por entre seus dedos. A expressão do homem a seus pés a fez ajoelhar.
A mão trêmula segurou a vida que se perdia ao ver de seus olhos. O homem a puxou com toda força, sua ultima, e no seu ouvido, a palavra úmida, foi dita:
- A Maleta, pegue a maleta. Disse apontando para seu carro ao longe.
O rapaz diminuiu a velocidade ao por entre a fresta que seu vidro lhe permitia enxergar, ver o ônibus parado e um carro batido virado no sentido contrário.
A moça quase em choque, foi até o carro do homem, e esgueirando o corpo, puxou a maleta do banco de trás.
Na chuva, sem testemunhas, um homem acabou por tirar a vida já quase perdida. O tiro certeiro na testa.
A moça ignorante ao fato, iria voltar até lá, o rapaz, gritou surdamente de seu carro.
- Não!
Acelerou e cruzando a frente da moça, abriu a porta e disse:
- Entra.
De noite a noticia da morte do homem que houvera desviado dinheiro de uma organização e de uma moça misteriosa segundo relatos do motorista do ônibus eram destaque.
Um casal recém formado, do qual somente uma calça suja de sorvete e um vestido sujo de sangue sabiam da existência, de mãos dadas, trocava olhares apaixonados.
A maleta ainda fechada repousava quieta e provocadora.
LIVRO ON LINE.....
O
Chefe de Policia saiu do Museu sem saber a razão ou sem total compreensão do
que tinha acabado de ouvir. O importante era caso o escândalo estourasse, negar
o envolvimento do Comendador e do Primeiro Ministro e encontrar um bode
expiatório.
Giuseppe
era o homem certo para isso, estava morto! Mas quando foi para o Brasil levou
provas da corrupção em seu celular. Gravou uma conversa entre o Comendador e o
Primeiro Ministro na qual ambos discutiam em como dividir 10 milhões de Euros
oriundos de superfaturamento de liberação de obras das ruínas de Roma e para as
inundações em Veneza.
-
De nada adiantou darmos 2 milhões de Euros para ele. Espero que Paolo consiga
achar a mulher dele e recuperar parte do dinheiro e esse maldito celular! Falou
o Comendador para o Primeiro Ministro.
Roberta
em poucos dias deu inicio a seu plano de ter meios de descobrir o que aconteceu
com Giuseppe. Os últimos móveis que faltavam para decorar
sua casa nova chegaram e quando o ultimo entregador saiu, disse:
- Obrigada!
Falar português era uma de suas metas! Como
poderia averiguar, perguntar, questionar? Se não entendia o que lhe era dito!
Teria obtido informações da mulher que atendeu o celular de Giuseppe? Isso a
remoía por dentro!
Já em seu quarto, deitada em sua cama king size, olhou para cima e se guiando
pelo espelho levou sua mão até o ferimento! Sentiu a pequena cicatriz e jurou
vingança.
Rafael
optara por seguir em frente, não teve outra opção! Quando Aline cruzou seu
caminho como um vulcão em erupção imaginou, ou melhor, se achou invencível,
acreditou que podia vencer qualquer desafio ou obstáculo.
Infelizmente, para ele, a vida não é o que se
espera dela, pelo contrário.
Depois de dois anos de uma entrega absoluta,
ela se foi. Rafael entendeu os motivos, mas nunca a perdoaria pela forma como o abandonou, em uma semana fez juras de amor absoluto e na outra o descartou. Não há mãe que não abandone tudo em razão
de um filho. Mas para ele era tudo ou nada! Ela ainda tentou ficar próxima mas
ele a afastou. Agora o preço estava caro demais, como poderia confiar nela novamente? A tristeza e a dor da ausência
por mais que as vezes conseguisse disfarçar ou enganar a si mesmo, era insuportável.
Joana
achou melhor dormir na casa dos pais! Depois do episódio no seu apartamento e
da perseguição no carro com certeza não era uma boa ideia voltar para casa!
Aliás, tomou consciência da gravidade da
situação e decidiu que segunda de manhã iria até a polícia. A única duvida que
restava era o que fazer com o celular que estava na sua bolsa, o que dizer? Seu
pai sempre ensinou que mentira tinha perna curta e acabava por complicar os
inocentes.
Pensou em ligar para Rafael, mas estava um
pouco decepcionada com ele! Ele não se preocupou em saber como ela estava e
sinceramente porque ele não a queria? Deu a impressão que a desejava no
primeiro encontro, mas não aproveitou ou fez qualquer esforço para tanto nas
oportunidades que teve.
-
João! Você de novo no plantão ? O que faz hoje aqui? Perguntou Sophia.
- Pois é! Recebi um torpedo da Joana dizendo
que teve alguns problemas e que iria dormir na casa dos pais e se eu podia
cobri-la.
- Será que ela esta bem? Algo relacionado com
aqueles policiais que estiveram aqui?
- Não sei Sophia! Ela não me disse! O pai tem
Alzheimer pode ser por ele! Respondeu João!
Nesta hora passou uma enfermeira e entregou
para Sophia:
- Doutora aqueles exames que pediu!
Sophia abriu os exames e com certo ar de
espanto, falou para João:
- Você não vai acreditar!
- O que? Fala logo?
- Sabe aquela paciente que sumiu? A Italiana?
- Sim, sei! Desembucha...
- Esta grávida!!!
O
domingo surgiu e Joana estava adorando saborear algo que há muito tinha deixado
para trás quando escolheu seguir a carreira de médica:
- Conforto, tranquilidade e mimos da mãe!
Acordou em seu velho quarto e sua mãe como
sempre fazia deixou sobre a cômoda, toalhas limpas, uma jarra de água e um
cesto de frutas!
Sob a mesa um cartão com a letra inconfundível
de sua mãe:
- Estamos muito contentes que esteja aqui, seu
pai e eu!
Joana emocionou-se! A força de sua mãe era
fora do comum!
Quando voltou do banheiro, algo que a faria
sorrir, mas totalmente inesperado a esperava:
- Joana, sei que posso ter passado a mensagem
errada! Mas gostaria de dizer que estou muito interessado em você, além de
preocupado! Quando puder me liga! Beijos Rafael. Dizia a mensagem estampada em
seu celular!
Domingo no dia dos pais, vejo que meu primo, posta uma mensagem no Facebook que o pai dele faleceu.
Não imagino o choque e tristeza que a família esta passando.
Tenho lembrança remota do pai, de quando era criança em Santos.
Li várias coisas por ele, todas boas, e mais o que meu pai e minha mãe falaram...
Não posso fazer quase nada, e então tentei por em palavras o que pensei....
Ruy....
Que merda é essa me pergunto
Como pode os bons irem assim
Infelizmente quase não convivi
As vezes existe e nada de burra
Unanimidade plena pura e simples...
Pessoa boníssima deflete do olhar
Fez de tudo e mais em curta estada
Até tiro de fuzil levou ultrapassou
Emoção nítida ao descrever a prole
Ironia maior se foi no dia dos pais
Dor da família, pesar dos amigos
Deixou tanto a todos por ser ele
Gostaria de com ele ter conversado
Certeza me faria mais do que sou
Abraço fraterno o que me cabe
Os bons ficam ele partiu não foi
Não imagino o choque e tristeza que a família esta passando.
Tenho lembrança remota do pai, de quando era criança em Santos.
Li várias coisas por ele, todas boas, e mais o que meu pai e minha mãe falaram...
Não posso fazer quase nada, e então tentei por em palavras o que pensei....
Ruy....
Que merda é essa me pergunto
Como pode os bons irem assim
Infelizmente quase não convivi
As vezes existe e nada de burra
Unanimidade plena pura e simples...
Pessoa boníssima deflete do olhar
Fez de tudo e mais em curta estada
Até tiro de fuzil levou ultrapassou
Emoção nítida ao descrever a prole
Ironia maior se foi no dia dos pais
Dor da família, pesar dos amigos
Deixou tanto a todos por ser ele
Gostaria de com ele ter conversado
Certeza me faria mais do que sou
Abraço fraterno o que me cabe
Os bons ficam ele partiu não foi
sábado, 10 de agosto de 2013
LIVRO ON LINE......
J oana
chegou à casa de seus pais! Não queria trazer mais problemas para sua mãe e
tentou de disfarçar o nervosismo!
"O céu se abriu em êxtase
Escute o grito silencioso
Sinta o calor refrescante
Feche os olhos e veja
Percebe o que eu sinto
O corpo em harmonia
Tal qual uma sinfonia
O sorriso ilimitado
O caminho tortuoso
As intempéries do tempo
Nada obstrui a alma
O querer vertiginoso
A lua encontra o sol
A chuva acha a lagrima
Eu já Te disse hoje?
Sim, é tudo e muito mais"
Joana
olhou pelo retrovisor e pode perceber que dois carros atrás o motorista parecia
se esforçar para não a perder de vista! Seu pai tinha sido investigador
particular e quando adolescente o acompanhou em uma ou outra diligência. Fez o
que aprendeu.
Acionou o pisca alerta e parou o carro e tentando ser tão
discreta quanto possível olhou no retrovisor. O carro que a seguia parou.
Por
mais que estivesse nervosa tentou manter a calma, pegou o celular e ia ligar
para a mãe e avisar que iria atrasar! Talvez imaginando, e tinha razão nisso,
que tinha sido descoberto, o motorista retomou a direção! Passou rente ao carro
de Joana e fitando-a fez sinal com o dedo simulando uma arma! Joana o encarou
ainda que suas pernas estivessem tremendo!
Rafael
saiu do banho gelado tal qual desejou desde a última gota de suor que deixou na
pelada, e para que não haja confusão, para o leitor mais desavisado, futebol entre amigos.
Passou o
desodorante pelo corpo como era seu costume. Pôs um short qualquer e se deitou
no sofá! No cenário criado lembrou novamente do amor de sua vida. Quantas vezes
não a teve em seus braços naquele sofá, quantas juras de amor trocadas ao
telefone. Tinha até em razão do surgimento de Joana conseguido superar a
tristeza de todos os dias. Era um homem tão frio e sério diziam, mas naquele
segundo, sozinho, e sem ninguém para julgar, chorou copiosamente.
Joana
ficou parada no carro por alguns instantes, olhou ao redor e seguiu viagem. No
caminho viu uma viatura policial e parou para pedir instruções. Gesticulava para
todos os lados, apontava para os carros!
Paolo
que estava a duas quadras de distancia não pretendia correr o risco de ser
detido, ligou seu carro e foi no caminho inverso. Teria outra oportunidade.
Assim que Joana entrou em seu carro e foi
embora os policiais se olharam:
- Você entendeu uma palavra do que ela disse?
- Nada! Mulher mais doida! Respondeu o outro
policial.
Joana em seu carro deu um sorriso discreto
para si mesma, tinha certeza que sua ação tinha afugentado seu perseguidor.
O
chefe de polícia relutou em aceitar, e disse:
- Não é minha função!!! Porque devo ir?
- A Polícia do Estado (Polizia di Stato) é
subordinada ao Departamento de Segurança Publica (Dipartimento della Pubblica
Sicurezza), a ordem veio de cima! Respondeu seu superior!
Assim, nada lhe restou e foi a caminho do
endereço determinado:
A Villa Giulia é um palácio de Roma, situado
numa zona que era conhecida como Vigna Vecchia (Vinha Velha).
Chegou ao palácio que foi construído para o
Papa Júlio III e hoje em dia hospeda o Museo Nazionale Etrusco.
Olhou em suas anotações e entrou e saiu de
salas, até que em uma delas havia um carabinieri na porta!
- Primeiro Ministro? Comendador? Disse
surpreso ao vê-los!
- Minha filha o que você tem? Perguntou a mãe
mesmo assim!
- Nada mãe! Nada! E o pai, melhor? Respondeu
Joana.
- Você não me engana, conte para mim o que
esta te afligindo!
Joana precisava desabafar! E se sentou com a
mãe na mesa da copa e contou tudo o que tinha acontecido!
- O que faço conto ou vou para a polícia?
Confio cegamente no Rafael?
- O que quer que faça não vá a polícia! Falou
o pai!
- Pai! Você esta acordado? Joana foi até a
poltrona dele e deu um beijo na testa de seu pai!
- Polícia não! Disse o pai!
Passados alguns segundos o pai olhou novamente
para a moça que estava na sua frente e disse:
- Quem é você? Porque a televisão esta
desligada!
Joana
conteve o choro, ligou a televisão e realizou que o aviso do pai era apenas a
manifestação do Alzheimer.
Rafael
estava sem ânimo para nada! Em verdade e como acontece com qualquer pessoa em
algum momento da vida, e especificamente naquele determinado dia, se questionou
das escolhas feitas e do rumo que sua vida tomou!
Jamais se perdoou por ter afastado Aline de
sua vida, sempre dizia a ela:
- Me perdoe por te amar demais!
Abriu a gaveta do armário e pegou a poesia que
escrevera para ela:
"O
céu se abriu em êxtase
Escute
o grito silencioso
Sinta
o calor refrescante
Feche
os olhos e veja
Percebe
o que eu sinto
O
corpo em harmonia
Tal
qual uma sinfonia
O
sorriso ilimitado
O
caminho tortuoso
As
intempéries do tempo
Nada
obstrui a alma
O
querer vertiginoso
A
lua encontra o sol
A
chuva acha a lagrima
Eu
já Te disse hoje?
Sim, é tudo e muito mais""O céu se abriu em êxtase
Escute o grito silencioso
Sinta o calor refrescante
Feche os olhos e veja
Percebe o que eu sinto
O corpo em harmonia
Tal qual uma sinfonia
O sorriso ilimitado
O caminho tortuoso
As intempéries do tempo
Nada obstrui a alma
O querer vertiginoso
A lua encontra o sol
A chuva acha a lagrima
Eu já Te disse hoje?
Sim, é tudo e muito mais"
Assinar:
Postagens (Atom)