......
-
Sophia baleada! Meu Deus. Reportagem. Olhos azuis. Meu porteiro. O que diabos
esta acontecendo? Disse em um misto de nervosismo e braveza!
Não se conteve e ligou para Rafael, caixa
postal.
- Alo Joana? Sou eu Rafael!
-
Estava tentando te ligar e só dava caixa! Disse uma chorosa Joana!
- O que aconteceu? Estava ligando para você
também, por isso deu caixa postal!
Depois
de um dizer ao outro o que tinha para ser dito! Sim, as vezes a redundância é
necessária para total compreensão, Rafael disse para Joana:
- Meus pais tem uma pequena casinha de praia
no litoral norte! Compraram de um pescador e reformaram! Ninguém a conhece e
não consta da declaração do Imposto de Renda!
- Esta sugerindo que a gente vá para lá? Não
estaríamos fugindo? Perguntou Joana!
- Fugindo? Talvez! Seu porteiro foi morto! Sua
amiga médica foi baleada! Seu Apartamento invadido e não sei o que sairá nesta
reportagem hoje! Acho que é uma questão de segurança! Respondeu Rafael.
- Ok, você tem razão, pode ser uma boa ideia! Amedrontada e sem saber o que fazer, Joana concordou.
Quarenta minutos depois Rafael estava passando
na casa dos pais de Joana e foram rumo ao litoral norte.
A
estrada estava tranquila e o sol a pino! Joana tentava repetidamente contato
com João sem sucesso!
- Vou ligar para o Hospital!
- Ok, mas em hipótese alguma diga para aonde esta
indo. Alertou Rafael!
- Ah, claro! Vou dizer que estou indo para uma
casinha de pescador com um homem que mal conheço. Falou Joana, ainda
conseguindo extrair um pouco de bom humor!
No quarto do hotel aonde Paolo tinha estado, a
gerência após a saída da equipe de reportagem constatou que o quarto estava
totalmente vazio, além do que o hospede não voltaria:
- Ele parecia tão calmo! O repórter disse que
ele estava preso e se matou na cela! Falou o gerente para seu supervisor.
A camareira estava limpando o quarto e o
aspirador fez um barulho estranho. Ela se ajoelhou e viu uma coisa pequena e reluzente a
qual não tinha ideia do que se tratava.
Olhou para os lados e colocou aquele pequeno
objeto no bolso! O Pen Drive com todas as anotações de Paolo e do computador de
Joana agora estava em mãos incautas.
-
Que graça! Falou Joana para Rafael.
Realmente a casa era pequena mas extremamente
aconchegante. Um jardim com uma mesa e cadeiras de madeira, ventilador de teto
e uma rede.
No
interior o mesmo cenário. Pouco espaço mas muito bem aproveitado. Uma sala com
sofá e TV, cozinha americana completa, banheiro com chuveiro e quarto com ar
condicionado.
- Você dorme aqui! Disse Rafael.
- E você? Perguntou Joana por impulso.
- Ali em cima! Indicou Rafael para a escada
que dava acesso ao Mezanino.
No Hospital, Sophia estava vencendo a batalha.
A cirurgia a que foi submetida durou quatro horas e ainda que estivesse sedada
e respirando por aparelhos, seu quadro estava estável.
Em Roma a mãe de Giuseppe, "olhos
azuis" finalmente enterrava o filho, após o corpo ser liberado pelas
autoridades brasileiras.
- Mio figlio è morto! Mio figlio è morto!
Repetia, abraçada ao caixão.
O
sol escaldante! Apenas familiares, alguns amigos e poucos curiosos,
acompanhavam o caixão de Giuseppe descer para sua ultima morada.
A mãe de Giuseppe estava com seu filho caçula
no colo! A tristeza e monotonia foram quebradas pelo carro luxuoso que parou
próximo.
O homem desceu com uma rosa vermelha e a
passos lentos porém firmes e altivos se dirigiu até o caixão! Jogou a rosa em
cima do caixão e se ajoelhou e beijou a mão da mãe, dizendo:
- Il comandante invia le sue condoglianze!
Quase no fim do ato funéreo uma senhora, toda
de preto, chegou para prestar seus sentimentos.
A mãe de Giuseppe a abraçou e fez um sinal
negativo meneando a cabeça.
A outra senhora chorou não só a morte do genro
como a falta da filha! Mal elas sabiam que estavam a poucos meses de se
tornarem avós.
......
Nenhum comentário:
Postar um comentário