segunda-feira, 19 de agosto de 2013

LIVRO ON LINE.....


Rafael se sentiu bem em mandar a mensagem para Joana! Não podia morrer em vida! E Joana era uma mulher bonita, atraente, independente e que tinha conseguido mesmo que em momentos esparsos tirar Aline de sua cabeça!
Rafael se preparava para ir na padaria tomar café e ler seu jornal quando o telefone tocou!
 - Joana, bom dia! Disse sem titubear antes mesmo do alô!
 - É Antonio Carlos quem fala! Fiquei com seu celular ontem por engano! Preciso devolver! Me encontra na Pracinha!
 Rafael ouviu o Juiz, seu amigo, falar, e vendo seu celular na estante! Percebeu a mensagem codificada!
 - Ok! Obrigado! Quando?
 - Em 15 minutos! Respondeu o Dr. Antonio Carlos!
 Pracinha, para quem não sabe, era a mesma padaria a qual Rafael estava indo e que era ponto de encontro da turma da Faculdade nos tempos do curso de Direito!

- Então esse é o cara? Como o pegaram? Perguntou o delegado da Seccional de Pinheiros!
 - Pura sorte Doutor! Pura sorte! Ele bateu na traseira de um carro! E para azar dele a mulher era professora de italiano! Falou o investigador.
 - Não entendi! E que tem ela falar em italiano com isso ?
 - A batida foi leve doutor! Ela ia embora! Mas ele ficou nervoso e antes de ir a xingou e disse que a vontade era dar um tiro no meio da testa dela com a arma dele!
 Como ela entende italiano, ficou quieta, anotou a placa e passou para a viatura! Concluiu o investigador!
 Naquele momento o intérprete saiu da sala e falou para o delegado:
 - Ele falou que é funcionário de Governo e pediu a presença do Cônsul da Itália!
 - Vamos chamar! Quero ver se é verdade! E se for como vão explicar as armas que encontramos com esse tal de Paolo! Incisivamente comentou o Delegado.
Joana desceu para a sala e viu seu pai e sua mãe sentados à mesa a esperando pelo café. O pai a olhou com ternura e disse:
 - Bom dia Filha! Hoje vamos para a praia? Veja que sol!
 Joana e a mãe esqueceram por um segundo a doença do pai e marido e sorriram, seja pelo dia de sol, seja por ele estar se lembrando da filha e o mais importante: por estarem todos juntos!
Rafael pôs seus óculos escuros e olhou para o céu escancaradamente azul! O dia estava magnifico! A Pracinha, a padaria em que tomava seu café e iria encontrar o Dr. Antonio Carlos não era longe! Resolveu ir a pé, sem pressa, porém, sem razão aparente, estava extremamente feliz!
O Delegado mal acreditou quando o investigador avisou que o Cônsul em pessoa estava ali!
 - Mas como? Já? Em pleno domingo? Esse cara deve ser importante!
O delegado recebeu o Cônsul em sua sala e perguntou logo de cara:
 - Quem é ele? Qual o interesse do Consulado?
 - Doutor... Franco! Disse o Cônsul, vendo o nome na placa da mesa! E continuando:
 - Ele nos interessa tanto quanto qualquer outro cidadão italiano e foram vocês, a policia, que nos chamaram!
 A conversa entre Paolo e o Cônsul foi estranhamente rápida e em pouco o Cônsul estava indo embora!
 - Obrigado, Doutor Franco.
Rafael nem mal sentou e atendente já trouxe sua média e pão com manteiga frio! O bom de tomar café no mesmo lugar quase todos os dias é que nem é preciso pedir o ruim é que se estiver esperando alguém ou pretender tomar um suco de laranja precisa pedir para trocar e dai no dia seguinte não vão servir tão logo sente na mesa!
 Logo, que assim fosse.
 Antonio Carlos, seu amigo, agora Juiz Federal chegou pouco depois.
- Excelência! Que prazer! O que aconteceu com meu celular? Falou Rafael com o próprio (celular) na mão!
 - Deixa de gozação, Rafa! Estou preocupado, como te disse quando nos encontramos na pelada (jogo de futebol).
 Rafael olhou para o Juiz com a boca cheia de uma mordida suculenta no pão com manteiga e disse, mesmo sem ser educado:
 - O que?
Roberta acordou enjoada e passou mal, não adiantaria reclamar novamente com a cozinheira! Criou coragem e ligou para a farmácia e entre varias coisas pediu um teste de gravidez, torcendo para que o dicionário e seu português macarrônico tenham sido compreendidos.
 Paolo, sozinho na cela, abriu sua carteira, olhou a foto da mulher e dos filhos, deu um beijo e falou algumas palavras em italiano! Durão, os olhos vermelhos mas não deixou cair uma lagrima sequer.
 Na padaria, Rafael, quase engasgou:
 - Operação Coliseu? Mandados de prisão?
 - Fale baixo! estou aqui apenas porque sou seu amigo! Disse o Juiz.
 - Rápido! Rápido! Abre a cela! Ele se enforcou! Gritava o investigador!
Quando a abriram Paolo já não mais respirava! O cinto foi usado para enforcamento.
 Em seu banheiro de mármore, Roberta chorava lentamente, o teste de gravidez, positivo! Passava a mão na barriga e repetia:
 - Giuseppe, nostro figlio!!!
O Cônsul chegou à embaixada se fechou em sua sala, pegou o telefone e da linha restrita ligou diretamente para o gabinete do primeiro ministro:
 - Questo Fatto (está feito)! Disse desligando em seguida!
 Horas atrás quando estava na delegacia com Paolo poucas palavras em Italiano selaram o futuro e o destino de Paolo e de sua família:
 - Paolo, vejo que esta com a foto de sua família nas mãos! Disse o Cônsul.
 - Eles estão bem? Perguntou Paolo!
 - Vão ficar! Você sabe o que tem que fazer, não?
 Paolo ficou calado! O Cônsul então ao sair lhe deu dois beijos no rosto e Paolo teve a certeza de que se fizesse o que esperavam dele, sua família seria cuidada.
 Quando recebeu o beijo do Cônsul Paolo sussurrou em seu ouvido: Hotel Intercontinental.
Rafael não tinha ideia do que estava prestes para acontecer, mas sabia que era algo de proporções acima do ordinário!
 Até o Juiz, seu amigo, não sabia exatamente os detalhes! Mas basicamente era uma investigação de sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, e que poderia gerar uma crise internacional.
 Rafael resolveu ir almoçar com seus pais que moravam em Campinas! Quando estava na estrada recebeu uma mensagem no celular:
 - Rafael! Adorei sua mensagem! Estou nos meus pais! Assim que der, te ligo! Beijos Joana!
 Longe dali nos estúdios de uma grande emissora de televisão, o editor e o repórter terminavam a reportagem que iria ao ar de noite, quando o celular do repórter tocou:
 - Ele resolveu falar! Disse que não vai mostrar o rosto e quer 50 mil reais!
O celular do repórter tocou simultaneamente com duas informações e a equipe se dividiu, uma parte foi para a delegacia e outra para um galpão abandonado em algum ponto da cidade de São Paulo.
 O celular de Joana tocou e ela atendeu rapidamente imaginando que fosse Rafael! Não era!
 - Sim! Exatamente o que a senhora ouviu! Da emissora de televisão!
- Mas, e o que tenho com isso? Sou apenas uma médica.
 Joana desligou e imaginou que só podia ser alguma brincadeira! O que ela poderia ter haver com uma investigação da Policia Federal?
 - Agora sim! Estamos com tudo! Disse o repórter depois de sair do galpão! Agora segue rápido para o Hotel Intercontinental!
No Hotel Intercontinental dois homens subiram direto pelos elevadores! Entraram no quarto que Paolo tinha informado e portando luvas e um saco plástico foram colocando tudo que encontraram! Caderno com anotações, dois celulares pós pagos, jornais com a foto de Joana marcada com tinta vermelha, comida, tudo, enfim.
 Fizeram um pente fino e se deram por satisfeitos.
 Enquanto desciam por um elevador o repórter e a equipe subiam por outro.
 - Nada! Como é possível? Estão gravando na delegacia? Falou o repórter para seu assistente!
Sophia estava saindo do hospital e iria para casa! Estava feliz, sempre imaginou que João só tinha olhos para Joana, o que não era inverdade, porém, acabaram por necessidade e dos acontecimentos se aproximando a ponto de João a convidar para jantar.
 Dois homens com um jornal na mão olhavam a foto de Joana em um jornal e tinham uma ordem: achar, eliminar e pegar o celular de Giuseppe.
 Naquela tarde por comodidade Sophia tinha parado o carro na vaga de Joana! Os homens à espreita e de tocaia falaram quando ela chegou:
- Dra. Joana! Sophia por reflexo, se virou e olhou! Bastou para os homens dispararem por quatro vezes! Sophia caiu em sangue! Eles a revistaram rapidamente, levaram um celular do jaleco e a bolsa! O homem mais próximo a ela ia dar o tiro de misericórdia, quando viu alguém gritando em sua direção ao longe.
- Calma João! Calma! Não estou entendendo nada! Disse Joana ao receber a ligação de um angustiado João.
 - Joana! Balearam a Sophia! Balearam a Sophia! Ela esta sangrando muito! Vai entrar em cirurgia! Me disse quando cheguei perto dela o seu nome e ficou repetindo o seu nome! O que esta acontecendo?
- João? João ? Repetia Joana para uma ligação já sem resposta!
Ela não sabia mais o que fazer!
 
......

 

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