segunda-feira, 5 de agosto de 2013

LIVRO ON LINE.....


Paolo se certificou que Joana não estava em seu apartamento! Ficou aguardando a oportunidade e quando uma senhora com compras entrou no prédio, com seu charme italiano e português macarrônico, deu o bote e se ofereceu para ajudar! A senhora agradeceu e o porteiro imaginou que Paolo a estivesse acompanhando! Para um escroque como ele foi fácil abrir a porta do apartamento de Joana! Procurou e revirou o que pode! Não achou o que queria, levou, ao menos, o notebook!

O celular tocou e Rafael viu no visor do carro quem era e pensou:

 - Caramba! O que ela quer comigo?

 Acabou por atender a ligação, pôs no viva voz, ouviu a voz feminina dizer:

 - Rafael? Atrapalho? Desculpe por ontem, percebi que estava ocupado!

 - Imagina Priscila! Ontem não pude falar com você porque estava em um jantar!

 - Estou precisando de seus serviços de Advogado! Falaram-me que você trabalha com Direito de Família! Falou Priscila!

 - Trabalho sim! Vou te dar o número do escritório e você marca com a minha secretaria, pode ser?

 - Claro! Ligo para ela, sim. Obrigada, um beijo.

Joana olhou o relógio e percebeu que para sua sorte ainda estava cedo para ir ao consultório.

 - Vou dar um pulo em casa e trocar de roupa.  Pensou em voz alta!

 - Caramba! Porque não abre o portão? Embora não gostasse se viu forçada a tocar a buzina.

 Lá de dentro de seu carro, com a música e envolver seus pensamentos não imaginava que o porteiro perguntava ao homem que saia:

 - Quem é o senhor? Em que Apartamento foi?

Paolo sem nada falar mostrou o revólver. Pulou para o outro lado do balcão, entrando na frágil guarita. Tirou a fita do DVD e atirou no equipamento de CFTV, e por quase diversão, pois dificilmente seria identificado, no porteiro.

 Saiu a pé calmamente, não sem antes apertar o botão que abria o portão, para não chamar a atenção, já que a moça não conseguia ver dentro da guarita e usou o silenciador.

 

Roberta chegou ao portão 28, ofegante, pálida! Estava tão confusa, preocupada, fraca que sequer percebeu a nesga de sangue que saiu do ferimento do tiro que levara neste mesmo aeroporto! Entrou na fila para embarque e tão logo apresentou o cartão e o passaporte viu a moça da empresa aérea lhe fazer um sinal para esperar e ir conversar longe dali. Giuseppe a tinha ensinado bem, quando a moça voltou com dois policiais federais não mais a encontraram.

Joana pôs a chave na porta e seja por habito ou costume nem se deu conta que a chave foi inútil. A porta já estava aberta! Quando entrou em seu apartamento o choque foi imenso, estava tudo revirado. O primeiro impulso foi o de sair correndo, mas por qualquer razão carente da própria razão respirou fundo e entrou. O pior foi no seu quarto, suas roupas todas jogadas no chão, gavetas caídas! Teve a certeza que quem quer que fosse não estava mais lá! Voltou, trancou a porta e assim que sentou no sofá, desabou em choro!

Assim que Rafael chegou ao seu escritório a secretaria um tanto aflita, disse:

- Doutor! Tem uma moça ligando direto. Disse que seu celular não atende! Eu tentei acalmá-la, mas não teve jeito!

 - Ela não disse o nome? Priscila? Perguntou Rafael.

 Quando a secretaria iria responder, Rafael percebeu, enfim, o celular vibrando, olhou no visor e não reconheceu o número!

 - Alô?

- Rafael! Assaltaram meu apartamento. Esta tudo revirado. Você pode vir? Não sei a quem recorrer. Aflita e em indisfarçável choro Joana disse.

Rafael não pensou duas vezes! Antes de sair do escritório disse para a secretaria.

 - Mande a Dra. Gabriela fazer a minha audiência das 14h e anote os meus recados.

 Do carro ligou para Joana e pegou o endereço:

 - Esta mais calma? Já ligou para a polícia?

 - Estou muito nervosa ainda! Posso esperar você chegar?

 - Claro! Estou a caminho. Falou Rafael tentando tranquilizar.

Quando Rafael chegou na rua da casa de Joana viu os carros de polícia e imaginou que alguém tivesse acionado os policiais.

- Ela esta de folga do plantão hoje! Falou João para o policial federal.

 - Esta Dra. Joana estava aqui quando a paciente sumiu? Questionou o policial.

 - O que vocês estão querendo? Aqui é um Hospital Publico! Olhe a seu redor! A mulher sumiu? Não temos condição de vigiar os pacientes! Interrompeu uma já aviltada e indignada Sophia!

 - Agora se não tem nada mais importante, por favor, nos deixe trabalhar! Concluiu, puxando João pelos braços.

 O policial se calou e foi ao departamento pessoal pegar o endereço da médica, no caso, Joana.

Paolo copiou tudo o que tinha no notebook em um pen drive e se livrou do aparelho juntamente com a arma que matara o porteiro! Esperou pacientemente o caminhão de lixo passar e viu o saco que deixara no lixo, ser jogado no triturador. Não estava feliz ou tinha ausência de consciência do que fizera, mas não tinha opção! Se deixasse algo espirrar no Comendador, sua família seria atingida e isso não iria permitir. Apesar do que parecera, não matara por diversão, mas por sobrevivência.

- Oi! Cheguei! Estou estacionando o carro.A polícia esta aqui. Você chamou? Falou Rafael!

 - Não! Eu não chamei ninguém. Será que foi o porteiro? Respondeu Joana.

 Rafael foi tentar entrar no prédio e foi barrado por um policial ainda na calçada:

 - Não pode entrar Senhor! A área esta isolada! Houve um crime!

 - Crime? O que aconteceu? Minha amiga mora aqui e vim visitar.

 - Mataram o porteiro.  Uma execução. E coisa de profissional! Levaram a fita de gravação e destruíram o gravador! Disse o tagarela policial militar!
O zelador autorizado pela policia ligou para Joana e apenas perguntou se Rafael podia subir!

 Rafael subiu pela garagem. Estava tenso. Como iria dizer para Joana que o porteiro fora assassinado? A pessoa, ou pessoas, sabe se lá, que tinham ido ao apartamento dela deveriam ser os responsáveis.
- Obrigada! Obrigada por ter vindo! Falou Joana assim que Rafael entrou pela porta!
 O abraço que ela deu foi tão cheio de energia que uma corrente de eletricidade percorreu o corpo todo tanto dele como dela. Sem que nada fosse dito, com os olhares fixos trocados entre si, recíprocos, cúmplices, pedintes, em meio ao caos, os dois se beijaram! As bocas se tocaram com carinho, paixão, desespero, em uma sinfonia melódica e potente.
Roberta desistiu de tudo que tinha em mente. Giuseppe provavelmente estava morto! Não poderia ser diferente, lembrava-se de cada verso, prosa, promessa, de todas as juras de amor!

 - Ho i soldi! Io sono una donna ricca! Disse.

 E tinha razão, com todo o dinheiro que Giuseppe havia deixado poderia comprar uma casa, ter empregados! Porque arriscaria ser presa? Porque voltar para um passado que ambos tentaram fugir?
As bocas não queriam! Os corpos suplicavam por mais! Não havia nada ou ninguém que pudesse interromper aquela onda gigantesca de paixão que irradiava além da razão, do querer, do desejo! Por um minuto pareceu que o destino tinha encontrado seu lugar, seu canto de aconchego! Rafael pôs Joana sob seu peito e afagou seus cabelos, confortando-a previamente, e então disse:

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