-
Joana, não sei o que esta acontecendo! Vendo a bagunça que ainda estava ali na
sua frente, perguntou: Roubaram algo? A polícia esta ai porque acho que quem
entrou aqui matou o seu porteiro!
Joana
assustada e confusa balbuciou:
- Mataram? Aqui? Meu Deus...
No meio do caos e com a ajuda de Rafael,
começou a arrumar e separar suas coisas, não notou falta de nada! Televisores, até
a caixa de joias, estava intacta no quarto, o dinheiro em cima da cozinha
estava lá!
- Meu notebook!!!! Falou quase gritando quando
passou pela mesa do corredor.
O
seu celular tocou e olhando para Rafael, quase como precisando de aprovação,
atendeu, ao vê-lo assentindo com a cabeça!
- Sophia? O que? Por quê? Quando? Obrigada.
Era o que faltava! Invadiram meu apartamento e mataram meu porteiro! Verdade!
Beijo querida.
-
Sim! Estou indo para lá! Disse o policial para o delegado federal responsável
pela investigação!
- Será que ela esta envolvida? Completou!
- Se não estiver, é muita coincidência.
Checamos os dados. Ela consta do boletim de ocorrência da morte do italiano.
Foi a ultima pessoa a ter contato com ele e acaba como médica da mulher baleada
no aeroporto pelo outro italiano? Não se esqueça das informações que vieram da
Itália.
-
Quem era, perguntou Rafael?
- Era Sophia. Médica do Hospital. Disse-me que
a policia federal, quer falar comigo. Respondeu Joana.
- O que eles querem? Indagou Rafael.
- Você lembra-se daquele tiroteio no
Aeroporto? A moça que foi baleada foi atendida por mim e parece que fugiu!
Disse Joana.
- Então tudo bem. Não há de ser nada importante. Falou Rafael.
- Será que eles sabem que ela é mulher do dono
deste celular? Replicou Joana pegando o celular em sua bolsa.
- Como assim? Do cara morto? O que você chama
de "olhos azuis"? O que morreu em seus braços? Rafael, um pouco
nervoso, comentou.
Rafael,
com a garganta seca, perguntou se Joana tinha algo para beber:
- Tem suco, refrigerante diet e água.
Enquanto tomava o suco de acerola, sem muito
se importar com o gosto, começou a pensar como advogado e quase resmungando foi
dizendo:
- Homem morto (celular), ataque ao IML, mulher
baleada, apartamento saqueado, policia federal.
- Ah esqueci-me de te dizer! Quando no
desespero entrei aqui e não achei meu celular, te liguei do dele. Disse Joana
interrompendo.
- Não! Você não fez isso! Falou Rafael.
- Fiz, fiz sim! Respondeu Joana, que
percebendo o olhar desgostoso de Rafael completou:
- Eu estava desesperada!
- Tudo bem! Ok. Mas precisamos pensar. A
invasão ao seu apartamento não foi aleatória, acho que você corre perigo.
O
dia de sol em Roma não impediu que o homem de gravata e terno escuro andasse
rapidamente em uma das principais estradas da antiga Roma; A Via Appia, que
recebeu este nome em memória do político romano Ápio Cláudio Cego, que iniciou
sua construção em 312 a.C.
O
homem entrou no escritório e não se permitiu esboçar um sorriso embora tivesse
se alegrado com o ar refrigerado.
- Você chegou muito tarde Bettega.
- O que ele disse? Perguntou o homem de terno
preto!
- Ele falou que todos estão mortos. E que
ainda esta atrás de Roberta e dos arquivos que Giuseppe roubou.
Paolo
desligou o telefone com a promessa que sua família seria poupada. O fato de ter
matado os demais, foi levado em consideração. Mas para sua vida ser poupada
teria que encontrar o que Giuseppe disse que tinha em mãos quando fugiu para o
Brasil juntamente com uma mala cheia de dólares e euros! Mas como teria acesso
à Roberta? Só poderia estar com ela! Enquanto pensava no que fazer começou a
vasculhar o pen drive que tinha as informações do notebook de Joana.
Joana
ligou para o consultório e pediu para a secretaria cancelar a agenda. Não tinha
cabeça para atender os pacientes hoje.
-
Se for algo urgente encaminha para o Dr. Rubens! Teve o cuidado de alertar sua
secretaria.
Enquanto Joana arrumava as coisas Rafael mexia
no celular de Giuseppe.
- O que será que tem aqui? Porque ele colocou
no seu bolso? Estranho não ter código de acesso/bloqueio.
O suco de acerola parecia um tanto quanto
estranho para ser bebido e preferiu deixar o copo pela metade. O interfone
tocou e Joana ficou indecisa e receosa se devia ou não atender!
- Atende! Pode atender. Falou Rafael.
-
Quem? Querem falar comigo? Subir agora? Falava Joana com o Zelador pelo
interfone.
Rafael fez um sinal com as mãos, uma mímica.
Joana pareceu entender e disse:
- Eles não podem esperar? Vir mais tarde. Estou
no banho!
Joana esperou alguns segundos a resposta e
desligou.
- Eles estão subindo.
- Banho? E eu? O que estou fazendo aqui? Falou
Rafael.
- O que você quis dizer então? Replicou Joana
emburrada.
- Nada, não importa agora! Disse Rafael
olhando para a sala e tentando pensar em algo.
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