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Recomposta, ainda que sem roupa, foi atender ao telefone!

 - Alô, boa noite! Foi dito a ela.

 - Quem esta falando? Com quer falar? Disse ela sem muita paciência!

 - Rafael! Eu que bati no seu carro, mas naquela situação nem perguntei seu nome!

 - Ah!!!! Quase aliviada ela respondeu!

 - Joana! Meu nome é Joana!

 - Então Joana! Abri o sinistro e queria te passar! Eles vão precisar de seus dados! Falou Rafael estranhando o riso do outro lado da linha!

O telefone foi arremessado por Joana no sofá! Estava rindo pela sensação da água entre seus dedos subindo pelo carpete.

- A banheira! Gritou.

 - Não! Não! Repetia Joana enquanto desligava a banheira transbordada!

 Secou o que pode e se deixou cair na água já não tão quente!

 - Amanhã eu arrumo essa bagunça melhor! Murmurou para si mesma.

 - Alo? Joana? Rafael ficou na linha algum tempo e quando ligou novamente: ocupado!

 - Caramba! Pensou em voz alta.

Joana emergiu de seu pequeno mergulho e se sentiu revigorada ao passar a mão firmemente em seus cabelos aloirados!

- Estava precisando disso!

Levantou e dessa vez o reflexo de seu corpo era nítido e pode ser apreciado. A toalha a abraçou carinhosamente e sua cama a aguardava ansiosa.

Rafael ainda encafifado com a cortada que levou de Joana abriu sua geladeira e de decente havia um pedaço de queijo brie e uma coca zero!

- Ótimo! Disse! Ligou a TV. Pegou umas torradas, geleia de pimenta e se restefelou no sofá!

O corpo do homem de olhos azuis inerte em uma maca de metal. As mãos e braços amarrados! As médicas e enfermeiras que passavam no local se detinham por um segundo e o comentário restava unanime;

 - Que desperdício!

Com ele nada foi encontrado além dos olhos azuis e um pedaço de papel que com a chuva restou imprestável.

Após a autopsia para determinar a causa da morte, olhos azuis, seria enterrado como indigente.

 Joana já estava no quinto sono quando acordou! Algo a incomodava! Estava com o rosto enterrado no travesseiro e ainda enrolada na toalha!

 Com todo mau humor possível esticou o corpo e percebeu o que a despertou! Uma música italiana! Olhou para o relógio, eram quatro horas da manhã!

- Quem é o Cristo que esta ouvindo isso! Resmungou.

 A música parou!

 - Ufa! Disse! Se livrando da toalha úmida e áspera e deixando seu corpo em contato com o gentil lençol!

- Hum, que gostoso! Falou Joana praticamente dormindo.

 - Não é possível! Só pode ser brincadeira! Reclamou brava ao ouvir novamente a cantoria.

 Levantou e foi procurar a origem! O som parecia vir da cozinha!

 - Será do prédio vizinho? Pensou em voz alta! Parou!

 Estava com a jarra de água na mão, que foi ao chão e se quebrou em mil pedaços, quando seu coração gelou! Olhou para a área de serviço e sentiu a cantoria infiltrar em seus ossos! Do bolso de sua blusa viu a luz do celular piscando, e que com certeza não era dela!

Na ponta dos pés foi até a área de serviço e com a vassoura levantou sua blusa e viu o celular deslizando ao chão! Olhou virando o rosto se contorcendo toda e pode ver a foto!

 - Caramba é o cara morto! Falou assustada se permitindo ainda dizer:  - Que homem bonito!

Sem pensar pegou o telefone de casa e tão logo deu sinal e ouviu o alô do outro lado da linha começou a falar sem parar, contou do homem morto, do acidente e do celular!

 Do outro lado da linha silencio!

 - Alô? Falou Joana quando percebeu que falava sozinha!

 - Minha senhora, sabe que horas são? Falou o homem quase dormindo do outro lado da linha!

 Joana percebeu o que fizera!

- Desculpe! Pensei que tivesse ligado para a polícia... Felipe!

- Felipe? Meu nome é Rafael! Respondeu Rafael que a esse ponto já sabia quem estava do outro lado da linha!

- Desliga na minha cara e ainda erra o meu nome, quase as cinco da manha! Rafael Pensou e disse em voz alta!

- Ok, Senhor Rafael me desculpe por atrapalhar seu sono. Pensando bem, não! Afinal destruiu meu carro! Falou Joana indignada.

Após Rafael se desculpar e "acordar", Joana repetiu tudo com calma, até que:

 - Ai, meu Deus! Falou Joana.

 - O que foi? Perguntou Rafael?

 - O bendito celular esta tocando de novo! Respondeu Joana!

 - Atende! Disse Rafael por impulso!

 - Sério? O cara morreu? E se foi quem matou ele? Joana nervosa questionou!