quarta-feira, 24 de julho de 2013

LIVRO ON LINE....


O quarto homem foi puxado para dentro do carro que saiu em alta velocidade. O policial ainda o acertou na perna.  A mulher que estava do lado do passageiro ainda disparou em direção do policial! Com o tempo as pessoas foram se levantando! O policial olhou para trás e gritou:

- Chamem um Médico!

A atendente estava estirada no chão e um filete de sangue escorria pelo calçamento!

Ele chegou perto dela e percebeu o corpo sem vida! O tiro que era para ele a alvejou e foi certeiro no coração!

Ele se ajoelhou:

- Desculpe! Disse passando a mão sobre os olhos dela, cerrando-os!


Joana pediu para o táxi parar, para poder descer, estava com pressa de chegar ao Plantão! Tinha dormido tarde e estava atrasada!

- Melhor mesmo Doutora! Parece que teve um tiroteio no IML ao lado do hospital! Falou o taxista!

À medida que foi andando pela calçada, viu viaturas, uma confusão e tão logo pôs o jaleco, ouviu:


- Você! Isso! Não é médica? Falou o policial.

 Joana se aproximou, passou pelo corpo de uma moça e viu o rapaz com a mão na perna!

 - Fiquei tão transtornado que a moça morreu, que nem vi o outro ferido! Disse o angustiado policial.

 Joana abriu sua maleta e deu um primeiro atendimento!

 - Fique calmo! Não atravessou! Você ficará bem.

- O que aconteceu? Perguntou ao policial!

 - A moça que morreu! Falou o policial apontando para o corpo! - Me acionou! Disse que uma moça e quatro homens vieram atrás de um cara morto ontem! Fizeram perguntas estranhas! Queriam o celular dele! Quando me identifiquei, começaram a atirar! A última coisa que ela me disse foi:

 - A mulher que disse ser esposa dos olhos azuis nem parecia estar triste!

Joana pôs a mão por cima de sua bolsa como que "protegendo" o celular que era de olhos azuis, e pensou:

 - Meu Deus, o que eu faço com isso?

 - Calma Doutora! Falou o policial quando o celular tocou!

 Apesar de ser o seu celular que estava tocando, em razão de seus pensamentos, Joana demonstrou nervosismo!

 - Alô?

- Joana? É Rafael, pode falar?

 - Posso!

 Neste instante várias viaturas da Policia Federal em alta velocidade se aproximaram e os policiais podiam ser vistos pelas janelas dos carros empunhando suas armas.

 - Alô? Alô? Falava Rafael!

 Joana por sua vez se encolheu enquanto o batalhão passava com truculência, o que fez com que evidentemente se esquecesse de Rafael!


Joana ficou cega por um segundo quando o reflexo do sol na arma do policial entrou em seus olhos! Os policiais pareciam não ter fim! Tudo parecia em câmera lenta e visto de forma sequencial: o rapaz baleado sendo atendido; a mãe da moça morta que chegou em desespero; a policia parecendo uma matilha e por fim o sol escaldante!


Não parecia uma boa ideia, mas a mulher que ligava desesperada para o celular de Giuseppe não conseguia mais esperar. Tinha que ir atrás dele, mas como? Olhou o passaporte e os dólares e euros na cômoda e lembrou-se do que Giuseppe disse antes de sair há três noites:

- Mio amore! Due giorni! Dopo non mi aspettare! Prendere l' aereo!

Rafael estava rumo ao fórum na Praça João Mendes para retirar um alvará e como de costume parou na Rua da Gloria para tomar um café.

Ainda inconformado por ter o telefone desligado na cara, pela segunda vez, ouviu a conversa de dois policiais militares:

- Ficou sabendo do tiroteio no IML? Morreu gente e parece que está infestado de federal!

- É! Eu vi a pouco na televisão no ponto de táxi! Disse indicando com a mão!

Rafael foi comendo o pão com manteiga e se imiscuiu próximo da pequena televisão! Ouviu a jornalista dizer:

 - Tiroteio e morte no IML, vamos com imagens ao vivo!

 Não acreditou quando a repórter andando pelo local, parou e perguntou:

 - Você é medica? Viu o que aconteceu? Muitos mortos?

 - Joana... - De forma muda disse Rafael.

Joana só queria sair de lá o mais rápido possível e ir trabalhar! O celular de olhos azuis em seu bolso parecia pesar uma tonelada!

Rafael terminou seu pão com manteiga e andou em direção ao fórum meneando a cabeça e seus botões pensaram:

 - Qual a probabilidade disso acontecer?

 A rua foi esvaziando, a reportagem acabou! Joana respirou aliviada, enfim!

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