Irei coloca-lo aqui, um pouco cada dia, quem sabe altera-lo. Que seja.
A chuva torrencial derramava uma cachoeira sobre os pés aflitos. O sussurro do vento e o balançar das folhas emitia um som continuo, quase musical.
A sutileza do vento e a
força da chuva impediu que a solidão se fizesse notar! O homem cambaleante e curvado
não foi notado e tampouco o sangue que pintou de vermelho o cimento molhado.
Provavelmente para ele
os 10 minutos que se passaram pareceram horas! O corpo caído fez cessar a
transparência! A chuva se calou e o vermelho do sangue transbordou!
- Meu Deus! Será que
ele esta vivo? Falou alguém da roda que rapidamente e morbidamente se formou em
redor. Todos deram um passo atrás quando o homem ergueu a mão e por absurdo o
que mais chamou atenção foi o azul vivo e intenso de seus olhos. Pareciam de mentira.
Da roda de curiosos uma mulher delicada e elegante se aproximou:
- Com licença, sou médica!
Percebeu de imediato a
luz dos olhos fraquejar e por instinto e humanidade pegou a mão do homem e
disse:
- Fique comigo! Fale-me
seu nome!
A boca se moveu lentamente,
mas apenas um som inaudível, abafado... Ecoou!
Sabia, por sua
experiência, que o estava perdendo!
- Não, não desista! disse.
Sentiu um ultimo suspiro e um aperto forte de
mão! Não havia nada mais a ser feito! A chuva voltou cruel e impiedosa! Os
curiosos foram afastando na procura de abrigo!
A cena parecia de
filme! A moça bonita ajoelhada segurando a mão do homem na calçada suja de
sangue! Parecia que nada tinha acontecido e o homem morto era apenas uma imagem
sem importância! A chuva ao menos encobriu as lagrimas que desciam pelo rosto
da médica
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