quarta-feira, 17 de julho de 2013

Em 2011 escrevi um livro on line no facebook, sem pretensão, cada dia escrevia um pouco, no almoço, de noite, no farol. Não fiz nada com ele, sequer nome dei.
Irei coloca-lo aqui, um pouco cada dia, quem sabe altera-lo. Que seja.


A chuva torrencial derramava uma cachoeira sobre os pés aflitos. O sussurro do vento e o balançar das folhas emitia um som continuo, quase musical. 

A sutileza do vento e a força da chuva impediu que a solidão se fizesse notar! O homem cambaleante e curvado não foi notado e tampouco o sangue que pintou de vermelho o cimento molhado.

Provavelmente para ele os 10 minutos que se passaram pareceram horas! O corpo caído fez cessar a transparência! A chuva se calou e o vermelho do sangue transbordou!

- Meu Deus! Será que ele esta vivo? Falou alguém da roda que rapidamente e morbidamente se formou em redor. Todos deram um passo atrás quando o homem ergueu a mão e por absurdo o que mais chamou atenção foi o azul vivo e intenso de seus olhos. Pareciam de mentira.

Da roda de curiosos uma mulher delicada e elegante se aproximou:

- Com licença, sou médica!

Percebeu de imediato a luz dos olhos fraquejar e por instinto e humanidade pegou a mão do homem e disse:

- Fique comigo! Fale-me seu nome!

A boca se moveu lentamente, mas apenas um som inaudível, abafado... Ecoou!

Sabia, por sua experiência, que o estava perdendo!

 - Não, não desista! disse.

 Sentiu um ultimo suspiro e um aperto forte de mão! Não havia nada mais a ser feito! A chuva voltou cruel e impiedosa! Os curiosos foram afastando na procura de abrigo!

A cena parecia de filme! A moça bonita ajoelhada segurando a mão do homem na calçada suja de sangue! Parecia que nada tinha acontecido e o homem morto era apenas uma imagem sem importância! A chuva ao menos encobriu as lagrimas que desciam pelo rosto da médica

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