Sempre me perguntam se verdade ou ficção?
A graça está aí, pura imaginação ou fantasiosa realidade.
De qualquer sorte, esta aí no papel.....
Fim de semana, praia, calor.
Depois
de algum tempo sem descanso, me vi em plena cidade do Rio de Janeiro, o calor
quase insuportável, relaxava o corpo, molhado de sal, e queimando ao sol
escaldante de 40 graus.
Apesar
do cenário aparentemente cruel, estava adorando meu momento, mergulhos
esporádicos, na água gelada, revigoravam a alma e o espírito, dando forças para
mais calor, suor e areia.
De
repente, uma onda veio em minha direção, onda de pessoas e não de mar. Gritaria,
pessoas atropelando-se umas às outras, arrastão, arrastão, bradavam.
Eu munido apenas de meu
corpo e minha sunga, não me preocupei, de inicio, no máximo levariam meu
chinelo, entretanto, o desespero das pessoas era intenso.
Levantei-me rapidamente
para não ser pisoteado. Sem quase poder esboçar reação me vi sendo levado pela
correnteza humana. Para minha surpresa, senti um braço me puxando, um olhar em
desespero, pedindo ajuda. Uma moça, quase menina, assustada, clamando por
proteção, ajuda ou algo do gênero.
Em movimento de reflexo a
abracei e a comprimi contra meu corpo, e ficamos assim, esperando a massa
passar, se dissipar. Sentia o corpo dela, quente, molhado de sal e de areia
como o meu, junto de mim, minhas mãos em suas costas a protegê-la. Ela muda,
calada, sem se mexer, sentia apenas sua respiração ofegante, seu coração
batendo forte quase no passo de uma Timbalada.
Os garotos, crianças, que
passaram, cara de maus, alguns até armados, iam pegando tudo que viam pela
frente, nem nos olharam, levaram meu chinelo, continuamos ali, quietos imóveis,
os corpos colados.
Acabou eu disse. Fiz
menção em me desgrudar dela, entretanto, suas unhas cravadas em minhas costas,
teimavam em me segurar.
À medida que as pessoas
voltaram a deitar na areia, o barulho do frescobol, o vendedor de suco
gritando, ela percebeu que havia terminado a avalanche. Constrangida, se soltou
de mim, parecíamos colados. Pude olhá-la por um instante, menina moça, mulher,
cara de criança, corpo de mulher, não era alta, mas tinha o corpo extremamente
curvilíneo, seios fartos, realçado pelo biquíni de crochê, que era preso a seu
corpo por um frágil laço, a barriga torneada e bronzeada, assim como suas
pernas.
Mal trocamos um olhar,
sorrimos, ela falou um doce – obrigada - olhou para os lados, como procurando
alguém ou um lugar, e se foi, olhei a ir, observando-a, vendo seu corpo, seu
jeito doce e feminino de andar.
Peraí.....Falei ou
pensei......Seu nome, seu telefone, quem és....não deu tempo.
Noite carioca, mesmo
calor, sem sal e areia.
Indicaram-me no hotel um
bar restaurante, com lounge e espaço de dança. Fui.
O ambiente realmente era
agradável. Sentei-me numa mesa, longe da badalação, pedi um copo de vinho e um
sanduíche de rúcula com filet, para enganar a fome e me inteirar do local.
Já alimentado fui olhar o
espaço de dança, lotado. Mal e Mal conseguia se andar, me virei para voltar a
meu lugar quando dei um encontrão com uma mulher, ela começou a rir. Eu não
entendi, olhei para mim, para minha roupa, havia algum problema, perguntei?
Ela disse, você não se
lembra? De mim? De Hoje?
O corpo colado, sol,
areia, suor......A resposta veio imediatamente.
Lembro, claro, na praia
hoje, desculpe, você está um pouco diferente, falei, sorrindo.
Ela estava com um vestido
preto, fendas nas pernas, de lado me era possível reparar, no decote nas
costas, o perfume dela era, simplesmente era....Doce, inebriante.
Fui rápido desta vez e a
convidei para minha mesa.
Estava louca para sair
desta bagunça disse ela, apesar de adorar dançar.
Conversamos, conversamos
e conversamos, a conversa fluiu que nem onda do mar, ela me disse um pouco de
cada coisa, fiquei sabendo tudo e quase nada.
De repente notamos que a
casa não estava mais tão lotada, fomos dançar. O corpo dela se mexia com um
ritmo impressionante, variava de acordo o estilo da música.
De novo, não vimos o
tempo passar, dançamos, rimos, toquei no corpo dela pela segunda vez ao pegar
em sua cintura, a primeira havia sido na praia de manhã, porém, agora, senti
uma corrente elétrica me percorrer, e percebi que ela sentiu o mesmo. Um misto
de excitação e constrangimento nos tomou.
Está tarde, preciso ir,
disse ela, vou chamar um táxi.
Nem pensar, eu disse,
estou de carro, te levo para aonde você quiser. Ela refutou, receosa, estava,
porém, acho que lembrando de mim, salvando-a na praia, sendo que sequer
aproveitei da proximidade entre nossos corpos, acho que ela se sentiu mais
tranqüila e disse um gentil, tudo bem!
Na volta, me informou o
caminho, estava na casa de uma tia nas laranjeiras, fiz o caminho da praia,
paramos para tomar uma água de coco.
Na volta para o carro, ao
ajudá-la a prender o cinto de segurança nos encontramos, o beijo foi
inevitável, as bocas se entrelaçaram, e em um segundo o beijo se tornou forte,
ardente, voraz. Minhas mãos percorriam a nuca subindo pelos cabelos enquanto
mordia os lábios e a beijava intensamente.
Parei. Olhei para os
lados e disse: é perigoso ficar aqui. Vamos.
Chegamos em laranjeiras.
Ela desceu do carro, pegou um papel e escreveu seu telefone, da janela me deu
um beijo, forte, intenso e gostoso, de despedida.
Desceu, eu olhando-a ir,
ela voltou, me olhou, olhou para os lados, e docemente, rindo, como uma menina,
com um olhar de mulher, mexeu o quadril e usando uma das mãos, habilmente,
quase sem que nada pudesse ser visto, tirou a calcinha até seu calcanhar, e
como se nada estivesse acontecendo pegou a com as mãos e me entregou.
Fiquei parado no carro,
vendo-a ir, a sua calcinha em minhas mãos.
Ela do portão sorriu e me
disse:
É perigoso ficar parado
no carro. Ligue-me segunda que a gente se encontra em São Paulo.
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