quarta-feira, 31 de julho de 2013

O texto abaixo foi publicado na revista VEGA (não VEJA...rs), mas foi uma publicação muito legal, na época que minha amiga Dra. Gabriela Tonini, trabalhava e morava em Uberlândia.

A publicação é muito bem feita, com ilustração do filme. Ainda não aprendi a publicar fotos e vídeos aqui, então vai apenas o texto, que mantém o conteúdo, mas perde um pouco sem a ilustração.


LIGA EXTRAORDINÁRIA 
 
Não sei se todos os leitores de VEGA tiveram a possibilidade e ou o ânimo de assistirem o filme “Liga Extraordinária” nos cinemas, porém me permito uma pequena resenha, visto que a par dos efeitos especiais e de eventuais criticas não favoráveis, o filme traz algo altamente interessante e estimulante, reúne num mesmo cenário e época, personagens fictícios com um que de realidade, já que incrustados na memória de quem lê ou conhece a literatura contemporânea, Dr. Jeckyll (Mr. Hide), Capitão Nemo, um Homem Invisível, uma sedutora Vampira, um egocêntrico agente americano (para variar) e um sempre elegante membro do Império Britânico, brilhantemente representado por Sean Connery, e, ainda, Dorian Gray, sim aquele do filme e do livro, que não envelhece, graças a um quadro. Reunidos, formam esse grupo estranhíssimo que tem a tarefa de salvar o mundo da ameaça de uma guerra. 
Transmuto essa Liga Extraordinária para nosso querido e amado Brasil, não seria ótimo se pudéssemos formar uma liga com homens extraordinários (extraordinary gentleman), ainda que personagens de ficção, e eles salvassem nosso país da fome, inflação, corrupção e de todos os demais males que nos afligem? 
Porém, caro leitor, uma dificuldade enorme me consome, já que não há de se negar que já tivemos homens notáveis em cargos de destaque em nosso país, porém a fome, a inflação e a tão malfadada corrupção permanecem. Sim, eu sei, tivemos nossa cota de vilões e malfeitores. 
Depois de queimar meus neurônios e consumir alguns dias em tão importante tarefa, cheguei a nossa, ou melhor, minha, liga extraordinária, fique livre, você caro leitor para criar a sua e que a melhor prevaleça. 
Nosso Dr. Jeckyll, personagem literário que ao tomar uma poção criada pelo tranqüilo Mr. Hide, passa a possuir força anormal, seria a simpática Mônica dos quadrinhos de Mauricio de Souza, que com seu coelhinho Sansão ajudaria na tarefa de varrer os malfeitores da face da Candelária, dos subúrbios, das favelas. 
Nosso Capitão Nemo seriam os homens que vivem da pesca e habitam toda nossa orla, que com seus barquinhos a remo, fariam que o mar tremesse assim como o Nautilus. 
Nosso homem invisível poderia ser um ou outro político a ser escolhido mediante votação secreta, afinal, nunca se acha ele no plenário, nunca apresenta um projeto importante e só é visto uma vez ao mês quando é dia de pagamento, do salário, do jetom, porém, continua invisível, porque invariavelmente, manda um assessor (cargo de confiança) receber por ele. 
Nosso Vampiro é claro seria o Chico Anísio - personagem, sua aparência repugnante e seu bordão de “vingança maligrina”, mostrariam para o Mundo que Vampiro Brasileiro é cabra macho e que não está de brincadeira. 
Nosso egocêntrico agente poderia ser um daqueles inúmeros agentes do extinto SNI *Serviço Nacional de Informação*, principalmente aqueles que participaram da repressão na época da ditadura, possuidores de técnicas de tortura invejáveis que fariam nossos inimigos tremer. 
 Nosso elegante membro deveria ser, afinal estamos falando de Sean Connery, Rui Barbosa, a águia de Haia, pessoa não tão elegante e charmosa, mas inteligente, astuto como uma raposa, ademais tal qual no filme, necessita-se de uma cabeça pensante, inteligente, para dar equilíbrio ao heterogêneo grupo. 
Nosso Dorian Gray seria ninguém menos que Dercy Gonçalves, que ainda age e pensa como se estivesse na flor da idade, mostrando os seios sem pudor, influenciando pessoas e gerações, e tal qual Dorian, que não olhava para o quadro que refletia sua real imagem, não ousa olhar para um espelho. 
Esta foi a minha liga, crie a sua (cartas para a redação), vejamos qual a melhor, qual dá mais liga, sem redundância. 
Até a próxima viagem.    

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